quarta-feira, julho 8

Artistas da Bahia - FÁBIO ROCHA.



 Ele tem história na musica baiana junto aos grandes nomes da terra e quando se tem a oportunidade de trocar algumas palavrinhas com Fábio você de cara entende o significado dos termos gentileza e elegância. Se liga no nosso bate papo e conheça esse cara. Vale muito a pena!


De onde veio?


 Sou de Salvador. Cresci aqui e sempre estive por aqui, exceto pelas vezes que por causa da música, tive o prazer de passar alguns meses trabalhando noutros países. Nos últimos 12 anos, passei boa parte do tempo viajando pelo Brasil. Mas minhas raízes são aqui, meus grandes amigos, idem.


 E a música?


 Cresci entre os discos de mpb e rock que havia na minha casa. Na minha infância eu olhava curioso as capas dos discos de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa, e brincava de fazer um paralelo entre a arte gráfica e a música que o disco reproduzia. Adorava também ler as poesias das letras de música, fora do contexto da canção. Fazia o mesmo com discos dos Beatles, e coletâneas de música americana(menos com as letras) que eram moda na época. Depois, por intermédio de amigos e vizinhos, pude ouvir bastante jazz(na casa da família Santiago(Gil, Mariella, Ângelo, Messias e tia Elza), e Armadinho, Moraes Moreira, Novos Baianos e outros artistas da Bahia(na casa de meu grande amigo-irmão Eri Lima, devoto de “São Armandinho” até hoje).

Depois de me descobrir sensível a música, no lado prático, o primeiro instrumento que apareceu por perto foi o violão. Comecei a aprender sozinho a dedilhar as cordas e tentar reproduzir o som dos rádios e aberturas de novelas que minha mãe assistia. Depois veio a percussão, e então a bateria, que é meu instrumento principal. Aprendi o básico de todos, de forma autodidata. Depois aprimorei a bateria através de vídeo-aulas e também vendo amigos e outros bateristas tocarem. Faço isso até hoje, porque sendo música uma linguagem, há sempre o que aprender com o outro.  Apesar de autodidata na parte prática, tive aulas de música na Ufba, onde aprendi a ler música e tive aulas de piano como instrumento suplementar. No decorrer da minha carreira, tornei-me compositor, e já atuei como diretor musical de bandas e grupos de dança, e arranjador. Hoje sou músico freelancer e atuo com vários artistas que admiro, além de ter duas bandas de rock.


Para onde vai?


 Atualmente sou baterista da minha banda, Efeito Manada, que esta masterizando seu primeiro disco(Aguardem!). Também tenho outra banda, chamada 2Drummers In The House, onde canto e toco guitarra. A 2Drummers vai gravar seu primeiro trabalho no segundo semestre de 2015. Depois desses dois lançamentos, vou começar a produzir meu disco solo, de música instrumental. Já tenho algumas composições que estão me dando uma ideia do que está por vir.



E a música baiana?


 A música baiana pra mim é ao mesmo tempo uma espécie de origem, e também extensão da música brasileira. Sendo música baiana a música feita na Bahia, eu admiro muitos trabalhos que vão desde o rock , música instrumental, música folclórica, orquestras que têm a música africana como matéria prima, orquestras clássicas, mpb, samba, música eletrônica(sim, temos música eletrônica feita na Bahia por ótimos Dj’s), e outros estilos. Toquei e toco desde rock até samba, desde o jazz até música brasileira, com artistas locais, e percebo uma grande preocupação pela qualidade. De forma que admiro muito, muitos artistas da Bahia. Sendo música baiana o que tradicionalmente é chamado de axé music, toquei em bandas de percussão, eu fui músico da banda Eva com Emanuele Araújo e depois Saulo Fernandes, durante 10 anos. Pra mim, o axé sempre foi uma música de mistura, de forma respeitosa, em que de um lado havia o lado da música rítmica, com elementos da música brasileira, africana e latina, e do outro, influencias do rock, do funk, da música eletrônica e até do jazz. De forma que quando eu tocava uma música de carnaval em andamentos rápidos, por exemplo, como É do Eva, Pererê, ou Rapunzel, eu pensava em uma espécie de Afro House, ou Afro Eletro. Explico: o House e Eletro possuem bumbo reto e hi hat nos contratempos das semínimas, que coincide com o que era tocado frequentemente pelos bateristas anteriores a mim. Também usei bastante pedal duplo na minha trajetória, algo que vem do bumbo duplo do jazz e do rock. Frequentemente usava elementos de jazz ou rock ou funk nos arranjos que pude fazer para harmonia e metais. Minhas viradas geralmente eram derivações do rock, buscando a potencia que havia nesse som, e também da música africana, além do fusion jazz, através da ótica de Dave Weckl. Tudo isso sempre respeitando as divisões rítmicas de cada música, ou cada clave. Então posso dizer que fui feliz e cresci muito tocando esse estilo.

Pra fechar, o que posso dizer é que torço para que todos que fazem música na Bahia, axé ou não, busquem verdade musical, aliada às pressões externas que possam haver. É possível, e é necessário para a sanidade da música que habita em todos nós.


No vídeo você pode conferir ele ainda com a Banda Eva: 

 

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